Na era da informação a burrice dando as carta

No domingo, dia 17, enquanto acompanhava o golpe, me chamou a atenção algumas páginas que usam o nome da cidade compartilhadas por amigos e familiares. Lembrei então do final de 2008 – quando o blog nasceu – de modo geral, sempre tivemos preocupação em produzir conteúdo interessante e com informação correta. Na época, o Orkut ainda era a rede social dominante, as pessoas usavam blog para se expressar e o alcance era bem diferente.

Hoje, qualquer página no Facebook tem um alcance significativo sem muito esforço, basta impulsioná-la por uns 20 reais e a mágica acontece. Com isso, muita bosta é compartilhada. Notícias falsas, textos/imagens com conteúdo racista, machista e homofóbico.

Com certeza é bom que as pessoas tenham liberdade para publicar suas opiniões, informações ou fotos de gatos, mas não adianta se ela for utilizada para compartilhar conteúdo que desinforma, propaga discurso de ódio ou exalta torturador. Isso é burrice ou má-fé. Nesse contexto, também é culpado quem curte e compartilha essas páginas. Analisar, julgar e discernir todo conteúdo que nos é oferecido é fundamental. A maioria das notícias falsas são facilmente negadas com uma busca simples no Google. E se não tem certeza se algo é real ou o que significa, não compartilhe. Tão simples quanto.

Por fim, deixo pra vocês uma música do Emicida, de quem tirei o título do post.

Salve quebrada, século XXI chegamos, mas quem diria?
Na era da informação a burrice dando as carta, a ignorância dando as carta
Vamo buscar se informar, mano
Calma o jogo, entender o que tá acontecendo ao nosso redor, tá ligado, mano?
Unido a gente fica em pé, nunca se esqueça disso, entendeu?
A rua é nóiz!

 

Maringá e a Primeira Liga

A temporada 2016 do futebol brasileiro apresentou uma novidade: a Primeira Liga. Clubes do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul se organizaram de forma independente e, sem o apoio da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ressuscitaram o torneio regional que havia sido disputado entre os anos de 1999 e 2002. A Copa Sul, disputada em 1999, e a Copa Sul-Minas, que aconteceu entre os anos de 2000 e 2002, serviram como embrião da proposta. Flamengo e Fluminense, descontentes com os desmandos da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (FERJ), também abraçaram a ideia. O certame indiscutivelmente proporciona encontros mais interessantes do que o dos malfadados campeonatos estaduais. Acredita-se também que a Primeira Liga poderá ser a futura e sonhada Liga Nacional de Clubes, que teria o poder de organizar os campeonatos nacionais no lugar da CBF.

Após a leitura do primeiro parágrafo, você me pergunta: por que falar da Primeira Liga em um blog sobre Maringá? Simplesmente porque o futebol maringaense faz parte dessa história.

O glorioso Grêmio Maringá esteve presente na Copa Sul em 1999 e na Copa Sul-Minas em 2000. A vaga na Copa Sul foi conquistada com o vice-campeonato da Copa Paraná em 1998. O Galo Guerreiro perdeu a final do torneio estadual para o Atlético-PR. Por isso, garantiu vaga no primeiro torneio regional do Sul do país. Integrou o Grupo C da Primeira Fase juntamente com Atlético-PR, Avaí (SC) e Juventude (RS). A campanha foi para lá de modesta: 1 ponto em 6 partidas.

COPA SUL 1999
31/01/1999 – Grêmio Maringá 0 X 3 Juventude
04/02/1999 – Avaí 2 X 0 Grêmio Maringá
08/02/1999 – Grêmio Maringá 0 X 2 Atlético-PR
11/02/1999 – Atlético-PR 3 X 0 Grêmio Maringá
18/02/1999 – Grêmio Maringá 1 X 1 Avaí
24/02/1999 – Juventude 2 X 1 Grêmio Maringá

No segundo semestre de 1999, o alvinegro maringaense novamente fez bonito na Copa Paraná e levantou a taça de campeão. A torcida lotou o Estádio Willie Davids na partida decisiva contra o Londrina e presenciou uma vitória inesquecível por 2 a 1. O Grêmio Maringá novamente conquistou a vaga no torneio regional, que virou Sul-Minas em 2000 com as presenças de Cruzeiro, Atlético-MG e América-MG. Na Primeira Fase, o Galo compôs o Grupo C acompanhado de Cruzeiro, Coritiba e mais uma vez o Juventude de Caxias do Sul. A campanha foi um pouco melhor do que a do ano anterior: 2 pontos em 6 jogos.

COPA SUL-MINAS 2000
22/01/2000 – Coritiba 2 X 0 Grêmio Maringá
27/01/2000 – Grêmio Maringá 0 X 1 Cruzeiro
30/01/2000 – Juventude 4 X 0 Grêmio Maringá
02/02/2000 – Cruzeiro 1 X 0 Grêmio Maringá
06/02/2000 – Grêmio Maringá 1 X 1 Juventude
13/02/2000 – Grêmio Maringá 2 X 2 Coritiba

Apesar dos resultados negativos, o Galo não fez feio em 2000. Protagonizou uma bela partida contra o forte Cruzeiro no Willie Davids, pressionando o clube mineiro desde o início. Infelizmente a bola não entrou e o artilheiro Oséas marcou o único tento cruzeirense aos 45′ do segundo tempo. Já eliminado no último jogo contra o Coritiba, arrancou um empate que abreviou a passagem de Joel Santana pelo Coxa. Somando as duas participações, o Grêmio Maringá não conseguiu nenhuma vitória.

oseáscruzeiro

Grêmio Maringá 0 X 1 Cruzeiro (Copa Sul-Minas 2000)

Agora batizado de Copa Sul-Minas-Rio, seria interessante que a Primeira Liga oferecesse nas próximas edições vagas para equipes do interior melhores qualificadas nos campeonatos estaduais. Tal fórmula estava prevista para ser adotada na Copa Sul-Minas de 2003, mas o torneio foi extinto pela CBF para privilegiar o Brasileirão de pontos corridos. Se retomarem a regra em questão, o Maringá Futebol Clube – vice-campeão Paranaense em 2014 e campeão da Copa Paraná em 2015 – ficaria apto para brigar por uma vaga. Se o Grêmio Maringá voltar para a Primeira Divisão Paranaense em 2017, também. A possibilidade de disputar um torneio com gigantes do futebol nacional representaria um estímulo e tanto para os clubes maringaenses.

A Primeira Liga pode e deve combater a CBF e as federações estaduais, mas a Copa Sul-Minas-Rio ficará mais forte e atraente com critérios técnicos que permitam a presença de clubes tradicionais do interior, como Maringá, Londrina, Operário de Ponta Grossa, Caldense, Brasil de Pelotas etc. Torcemos por isso.

D. Jaime e Pinga Fogo: o legado do conservadorismo

Impossível falar da história de Maringá sem citar os nomes de Dom Jaime Luiz Coelho (1916-2013) e de Benedito Pinga Fogo de Oliveira (1951-2014). Ambos eram exímios comunicadores.

Além de comandar a arquidiocese local com pulso firme por quatro décadas, D. Jaime também se aventurou na mídia. Fundou um dos primeiros jornais da cidade e a tv católica Terceiro Milênio. Também tinha espaço cativo todas as manhãs na rede afiliada da Globo. Pinga Fogo, sujeito de origem humilde, começou no rádio, criou um estilo próprio no jornalismo policial televiso e construiu o seu próprio império regional de comunicação. Falando do jeito que o povo gosta, como ele mesmo gostava de dizer, soube como ninguém usar os meios de comunicação para promover ações assistencialistas.

D. Jaime e Pinga Fogo, cada um ao seu tempo, sempre estiveram ao lado dos interesses das elites. O arcebispo de Maringá apoiou o golpe militar de 1964. Em vários discursos, D. Jaime acusava o governo João Goulart, que estava tentando implantar as chamadas reformas de base, de promover a desordem. Segundo Gilson Aguiar, “outra de suas ações foi a criação da FAP (Frente Agrária Paranaense) para enfrentar a Liga Camponesa liderada por Francisco Julião. Dom Jaime era um anticomunista”.

Pinga Fogo batia no peito ao afirmar que decidia eleições em favor do grupo político que o sustentava: a família Barros. O seu programa na TV Maringá foi multado várias vezes em períodos eleitorais. Era sócio de Ricardo Barros na concessão da rádio Nova Ingá. Em suas falas, Pinga Fogo sempre menosprezou movimentos contestatórios ao status quo. Recentemente, o apresentador Beija-Flor, que estava substituindo Pinga Fogo durante a internação, disse: “Quem critica Maringá deve morar em outra cidade!”. Aprendeu direitinho com o mestre.

Maringá chega aos 67 anos propagandeando desenvolvimento econômico e progresso calcado no cimento. Uma cidade que despreza o transporte urbano em prol do individual. Em que a especulação imobiliária alcança níveis alarmantes, expulsando famílias de menor poder aquisitivo para longe daqui. A mentalidade provinciana que acredita fielmente na ideia do self-made man, na criminalização da juventude, na restrição dos espaços públicos e na patética ilusão da “ditadura de esquerda que toma conta do país”.

Esses são alguns dos legados dessas duas figuras emblemáticas para a construção ideológica e política da sociedade maringaense. Provavelmente perpassarão gerações.

D. Jaime e Pinga Fogo… que Deus os tenham.

 

Pinga Fogo era cultura

Pinga Fogo

#somostodospinga

Só mesmo a morte do maior comunicador que a história recente de Maringá conheceu me faria voltar a publicar aqui. Apesar de estar longe da cidade, sou mais um que cresceu assistindo diariamente o programa do Pinga Fogo na TV, quando ainda começava ao meio-dia e trinta e dois. Minha avó ouvia também o programa no rádio. Pinga, que largou a política, fez rádio, TV, outdoor e até se aventurou num portal de notícias há alguns anos, que não deu certo. Claro, pode-se questionar as intenções e os métodos do ex-deputado. Assistencialista, puxa-saco dos Barros (afinal, comprou parte da concessão de rádio de Ricardo), a favor das classes dominantes e do status quo etc. etc. etc. O que não se pode questionar foi o sucesso quase absoluto que fez na cidade e na região, apostando exatamente na simplicidade. Migrante mineiro nascido em família pobre, desde as roupas até o modo de falar, Pinga Fogo encarnou a alma do norte-paranaense e, bem, se manipulava a opinião pública: manipulava, e bem. Mas podemos discutir isto mais tarde.

Em memória do homem, compilo aqui algumas das músicas que marcaram seu programa, recheado de referências cults e pops das décadas de 60, 70 e 80. Muito ouvidas e poucos comentadas, demonstram que Pinga Fogo era cultura.

Blue Star, versão brasileira dos Jordans para o tema do seriado Medic escrito por Victor Young, quando subia o aviso de que se tratava de uma produção independente e a responsabilidade era de seus idealizadores

 

O tema de Sete Homens e um Destino, de Elmer Bernstein, enquanto sua alcunha, que era também o nome do programa, queimava em chamas e uma voz forçada para parecer grave recomendava: “Prepara-se para ficar bem informado”

 

Rendez-Vous IV, de Jean-Michel Jarre, quando a câmera dava close em seu rosto gordinho, rasgado por um bigode cuidadosamente aparado, e em seu pescoço papudo estrangulado por uma gravata sobre uma camisa xadrez ou de listras, para que então uma voz feminina o chamasse de um modo muito característico e ele respondesse, como se atendesse o telefone, fingindo surpresa — “Opa! Tá falando com ele!” , anunciando, por fim, a hora exata, geralmente com o indicador em riste

 

O tempo ao longo do programa era marcado por toques rápidos, excertos das músicas a seguir. Isto também vinha desde o programa de rádio:

1. O tema de 007 a Serviço Secreto de sua Majestade

 

2. Axel F, o tema de Um Tira da Pesada

 

3. Does Your Mother Know, do ABBA

 

Se notar que faltou algo (e falta), comente.

“Coisa de mau político”

Em 2004, há quase dez anos, Joba concorreu ao cargo de prefeito de Maringá pelo PV e fez quase 7800 votos. Na quarta capa de seu programa de governo vinha impressa a letra de “Endereço: Maringá, Paraná!”, de autoria de Emir Nunes Moreira. A música ficou a cargo de Beto Capeletto e o arranjo de Paulo Machado — o grupo Terra Vermelha.

A gravação na voz do ex-vereador fez relativo sucesso na cidade e foi usada e abusada em sua campanha eleitoral que, entre outras coisas, também se valeu de bonecões de Olinda com a figura do cabeludo. Em seguida, derrotado nas urnas, Joba saiu da cena política de Maringá.

Passada uma década, o advogado Emir Nunes Moreira — que não é maringaense — reclama a autoria e revela: “Jamais autorizei o seu uso. O tal Joba é useiro e vezeiro em apropriar-se de letras alheias e não devolvê-las. Coisa de mau político…”.

Tapas e beijos

Bastidores da aula magna na UEM com Gleisi Hoffmann:

A gestão do Diretório Central dos Estudantes (DCE) estava preocupadíssima com os estragos que o protesto, organizado por PSTU e agregados, poderia causar. O ato foi pacífico e tranquilo. Alguns cartazes, vaias e gritos tímidos, nada muito constrangedor para a convidada, que não nasceu ontem e sabe lidar com o contraditório.

O verdadeiro chilique foi armado pela boa e velha União da Juventude Socialista (UJS), que compõe a atual direção do DCE em parceria com a Juventude do PT (JPT). Sedento para aparecer, o representante da UJS acabou de fora da mesa de abertura, o que deu início a uma pífia e patética discussão com os integrantes da JPT. Ao final, os rebeldes excluídos fizeram um motim com gritos e bandeiras da UNE.

Para quem vive ou já viveu esse mundo paralelo do movimento estudantil – um mundo bem distante do mundo real -, foi só mais um capítulo da história de amor e ódio entre UJS e JPT, que brigam, trocam tapas, se esbofeteiam, mas sempre se UNEm, pois $onham e lutam por um mundo melhor (para eles).

Maringá Futebol Clube, de novo

O Metropolitano, time do Zebrão, subiu de divisão e mudou de nome. Agora é MARINGÁ FUTEBOL CLUBE. É assim que a equipe maringaense será chamada na principal divisão do futebol paranaense. Estreia domingo que vem (19/01), contra o Coritiba, no estádio Willie Davids. A RPC transmite a peleja.

Não é a primeira vez que temos um Maringá Futebol Clube nos representando. O futebol maringaense é marcado por idas e vindas do saudoso Grêmio Maringá, três vezes campeão paranaense, criado na década de 60 e que há muito anda mal das pernas. Nesse período, presenciamos o nascimento e extinção de várias agremiações que tentaram ocupar o espaço deixado pelo combalido galo guerreiro.

O outro M.F.C., que não tem nada a ver com o atual, é da década de 90. Para ser mais exato, 1995. Com muita pompa, o prefeito Said Ferreira incentivou a criação de um novo clube na cidade. Até Zico veio no evento de lançamento do M.F.C., o tricolor da cidade canção (verde, preto e branco). O mascote era o Lobo. O primeiro ano foi bom: título da terceirona do Campeonato Paranaense.

Em 1996, o regulamento do certame estadual era confuso. O grupo B, equivalente à segunda divisão – o Grêmio Maringá também estava lá – classificou dois times para a segunda fase da série A, entre eles, o Maringá. O tricolor não fez feio: terminou  a competição em sexto lugar, graças aos gols do artilheiro Mario.

Said Ferreira deixou o cargo em 1996 e o candidato da sucessão, o promotor de justiça Joel Coimbra, não logrou êxito. O eleito foi Jairo Gianoto, que cortou a ligação da administração municipal com o M.F.C. Sem um patrocinador forte, o tricolor teve vida curta. Fez campanha modesta no Paranaense de 1997 e caiu de divisão em 1998, quando encerrou suas atividades e nunca mais voltou.

Evento de lançamento do M.F.C. (fonte: blog Bola Velha).

Evento de lançamento do M.F.C. (fonte: blog Bola Velha).

Torradas de Maringá

Imagem ilustrativa

Ao longo dessa semana, aparentemente um grupo de adolescentes de Maringá se reuniu e fez uma compilação de fotos de outros adolescentes da cidade, especialmente garotas, em poses íntimas, e publicaram sistematicamente no Facebook e no Twitter, em páginas que ganharam repercussão em grupos do aplicativo whatsapp. O nome — torradas, com flexão de gênerodemonstra a clara intenção de ferir a imagem das jovens, ou, na linguagem popular, de “queimá-las”. Não demorou a atrair uma multidão, movida pela inconsequência da idade — Erikson já falava da moratória social —, disposta a julgar e disseminar opiniões grotescas sobre os corpos e o caráter das retratadas. O caso, que chegou ao ápice na madrugada da última quinta-feira, virou caso de polícia e foi manchete da edição sabática do maior jornal da cidade, que ampliou o interesse pela situação.

Não se trata de brincadeira. A página expôs uma face cruel da juventude de hoje que, de seus computadores e celulares, torna-se cúmplice do crime ao compartilhar a página e ampliar ainda mais a repercussão e o alcance das imagens:

https://twitter.com/eaedanni/status/421494356017565696
https://twitter.com/PauloVictorGV/status/421719786993631232
https://twitter.com/anacoleoni15/status/421717489702027264

https://twitter.com/themaaus/status/421107529603497984

https://twitter.com/guhziins2/status/421508410589196288

Pupinzadas

A posse das novas secretárias da gestão municipal, Gaetana Martins, que assumiu a Secretaria da Mulher, e Olga Agulhon, ingressante à pasta da Cultura, foi marcada por novas gafes cometidas pelo prefeito de Maringá, Carlos Roberto Pupin, e pelo atropelamento do poder executivo sobre o legislativo.

Referindo-se a composição de seu corpo secretarial, que agora conta com quatro mulheres, além da primeira dama Luiza Pupin, o prefeito não conteve a seus instintos mais primitivos. Ao fazer uso da fala, justamente na ocasião da posse da nova encarregada pelo fomento das políticas públicas para a mulher, Pupin arrancou algumas risadas constrangidas ao afirmar que seria difícil ‘aguentar’ a tantas mulheres em sua gestão. Não satisfeito e inconsciente da saia justa que provocara, repetiu aos risos seu gracejo.

Prosseguindo seu desabafo, ainda não se sabe se conscientemente ou em ato falho, afirmou que, como gestor municipal, não teve medo de adotar medidas antipopulares durante sua gestão. Medidas antipopulares, como se pode consultar no dicionário, são as ações “contrárias ao povo ou aos seus interesses”, como por exemplo, o aumento exorbitante do IPTU.

O único vereador presente na cerimônia foi o oposicionista Carlos Mariucci (PT), artista plástico e militante da área da cultura. Como manda o protocolo das cerimônias oficiais, o uso da fala deve ser feito, necessariamente, pelo representante do poder legislativo e do poder executivo, que nesta cerimônia, fazia-se representar pelo vereador petista. Receoso com a fala de Carlos Mariucci, conhecido como opositor às medidas antipopulares da administração Pupin, o cerimonial do evento ignorou a presença do representante do poder legislativo, que compôs a mesa, mas não pôde fazer uso da fala.

Sentare. Sentare!

No sábado passado, estava esperando começar o cinema no Avenida Center e fui cercado por dois loucos falando um italiano terrível. Estavam vestidos como dois personagens das novelas do Benedito Ruy Barbosa. Um se apresentou: era o Francesco de la Toscana. Passado o susto, eu o reconheci do Canal Boom — era o Ator Leandro Fóz, 32 anos, 1,70 de altura e 80 quilos. O outro, Luigi, dizia apenas “che joia” e me perguntava do bambino — que mais tarde apareceu andando de bicicleta.

Notei as câmeras. As pessoas começaram a se aglomerar em volta. Eu não conseguia disfarçar o meu constrangimento. O Leandro, ou Francesco, não sabia como pedir pra eu me sentar à mesa, que estava no meio do corredor, mas eu me sentei. O que faltava, então? Só a pizza e a tarantella. Lá veio o acordeão. Tinha de ser isso ou funiculì, funiculà. Mas o Francesco era napolitano ou toscano? E as mulheres dançando. E a pizza cortada em quadradinhos, espetadas com palitos Gina, servidas pelo Ator Henrique Cesar com vinho Paschoetto — um sacrilégio! Depois me contaram que era um flash mob… para promover um prédio.

Saí fora.

Ah, os políticos!

O Brasil possui uma sociedade perfeita e idônea. Vou te contar o que estraga esse país lindo: os POLÍTICOS! Sim, os nossos representantes da administração pública. Esses caras são uns extraterrestres que caíram com suas naves nos cafundós do sertão. Logo que chegaram, desandaram a dar ordens e ocuparam os principais cargos. Ao contrário da honesta população brasileira que paga impostos em dia, não fura filas, devolve o troco a mais e jamais utiliza-se do ctrl c + v para confeccionar trabalhos acadêmicos, esses caras fazem tudo errado! Verdadeiro câncer de nossa civilização cristã ocidental exemplar, a classe política rouba, rouba e, mesmo quando estão cansados de roubar, resolvem afanar mais um pouco.

Incompetentes ao extremo, não conseguem oferecer educação pública de qualidade e hospitais decentes para ninguém. Tudo bem que eu estudei minha vida inteira na rede particular e tenho Unimed, mas é foda isso aí, viu. A contribuição pesada que nossa classe empresarial caridosa faz em forma de tributos vai tudo pelo ralo. Pelo esgoto! Ah, esses canalhas… meu país seria mil vezes melhor sem eles. Meu Brasil que teve uma colonização ibérica tão honrosa, sem mutretas e sempre prezando pela igualdade social. Pretos e brancos vivendo em harmonia desde sempre. Foda. O que estraga são os desgraçados dos políticos…

coxinhacoxinha

imagem meramente ilustrativa

Nome de rua

Projeto de lei do vereador Mário Verri, com o apoio fundamental de Carlos Emar Mariucci, eternizou o nome do meu avô Adolpho – falecido em 2010 – em uma rua da cidade. Quem pensa que nomear ruas é algo inútil está muito enganado. Além de uma justa homenagem aos pioneiros, facilita a vida da população para encontrar os endereços.

ruaadolpho

crédito: Cris C.

Padrão FIFA (só que não)

No dia em que o futebol maringaense voltou a sorrir, com mais de 5000 pessoas no Willie Davids prestigiando a ascensão do Metropolitano para a elite do Paraná, não podemos fechar os olhos para os problemas que os torcedores enfrentaram no estádio.

Para começar, os portões só foram abertos às 18h30, ou seja, uma hora antes da partida. Com público recorde, muitos só conseguiram entrar no WD quando a bola já estava rolando. Faltou organização e bom senso para a diretoria do Metrô.

No intervalo, quem assistiu o jogo na arquibancada descoberta (como este que vos escreve) teve que encarar o novo banheiro do estádio. Quem foi o gênio que planejou aquilo? Certamente nunca pisou em um campo de futebol. Uma boa quantidade de dinheiro público torrado em um cubículo inadequado para a presença de milhares de torcedores. Com certeza, diante do que ocorreu ontem, vai precisar de uma nova reforma.

Esperamos que os erros de ontem sirvam de lição para a Prefeitura de Maringá (que administra o WD) e o Metropolitano. O maringaense ama o futebol e certamente irá prestigiar o clube na primeirona, mas exige o mínimo de respeito quando vai ao estádio. Do contrário, é melhor aguentar a narração do Jasson Goulart na RPC.

There is no free lanche

Chama a atenção o projeto de lei 12719/2013, de autoria da vereadora Carmem Vicente, que dispõe sobre a oferta de lanche para usuários do SUS pelo Tratamento Fora do Domicílio. Neste benefício, JÁ ESTÁ PREVISTO o pagamento de despesas de transporte e diárias para alimentação e pernoite para o paciente e o acompanhante  cobradas por intermédio do Sistema de Informações Ambulatoriais – SIA/SUS. O benefício é restrito a casos de média e alta complexidade e a deslocamentos superiores a 50 quilômetros.

Ao determinar um raio de 400 quilômetros de deslocamento, a lei maringaense cria uma enorme “free-free lanche zone” que abrange 925 municípios em cinco estados.

Em verde, as "localidades" em que os lanches grátis estão impedidos

Em verde, as “localidades” em que os lanches grátis estão impedidos

Um dia histórico para Maringá!

Estava na sessão itinerante da Câmara Municipal, realizada no salão paroquial da Vila Santo Antônio, porque a minha avó, pioneira do bairro, seria homenageada. No momento em que ela foi chamada para receber um diploma e os aplausos do público presente, os manifestantes chegaram. De maneira ordeira e organizada ocuparam o local e exigiram dos vereadores a instalação imediata de uma CPI para averiguar irregularidades na empresa que monopoliza o transporte público de Maringá. Diante da pressão popular, os 15 vereadores assinaram a criação da CPI.

Confesso que não tenho palavras para descrever o que aconteceu. Depois de anos participando dos movimentos sociais, campanhas eleitorais, escrevendo textos em blogs e em páginas do Facebook sobre a administração municipal, e muitas vezes levando pancadas por isso, finalmente vejo os mandatários da província sendo colocados contra a parede.

Os rumos desses protestos ainda são imprevisíveis, mas hoje presenciamos uma grande vitória. Ao contrário da manifestação de terça, vimos a definição de pautas, a retomada da questão do transporte público e uma condução politizada do protesto.

Apesar dos gritos de “sem partido!” ecoados pela turma do oba-oba – aquela que saiu do Facebook, acordou agora, flerta com o autoritarismo e prefere esconder o rosto utilizando máscaras da moda -, era visível que a liderança do ato cabia aos companheiros velhos de guerra nos movimentos sociais, acostumados com as lutas.

Aguardo com otimismo o que acontecerá daqui em diante na política maringaense. Se o movimento manter o foco nas lutas regionais (TCCC, Contorno Norte, 515 CCs da Prefeitura etc), pode acumular conquistas.

protesto

Maringá altera data do feriado de Natal

O maringaense está acostumado a não comemorar o aniversário da cidade na data correta. Há alguns anos, a pedido da Associação dos Sonegadores de Impostos de Maringá (A$$$IM), o feriado é alterado quando o dia 10 de maio é antes do Dia das Mães. Com o objetivo de bombar as vendas de presentes para as mamães maringaenses, o feriado deste ano ficou para o dia 13 de maio.

A experiência tem se mostrado bem sucedida. Os barões do comércio apresentam lucros maiores ano a ano. Por isso, o prefeito Gualberto Cupim (PMRB*) enviou à Câmara projeto que muda a data do feriado de Natal. Celebrado em todo o mundo no dia 25 de dezembro, Cupim quer que os maringaenses comemorem o nascimento de Cristo em 25 de junho.

Segundo o prefeito, a chegada do inverno é propícia para o Natal: “Devemos comemorar o Natal como no Primeiro Mundo, agasalhados e, se possível, com neve. O friozinho de junho já temos. Vou aos Estados Unidos na semana que vem em busca de uma tecnologia que nos proporcione neve artificial da melhor qualidade”. Ressaltou também que junho é carente de datas comemorativas: “Dia das Mães é em maio, Dia dos Pais em agosto, Dia das Crianças só em outubro. Como vender em junho? Entendo que a atencipação do Natal é mais uma atitude progressista de nossa bela cidade”.

Estátua do Peladão abaixa os braços por causa do frio, se agasalha e comemora o Natal junino.

Estátua do Peladão abaixa os braços por causa do frio, se agasalha e comemora o Natal junino.

* Pau Mandado do Ricardo Barros.

Cupim confirmado na Fazenda de Verão

Com a possibilidade cada vez mais concreta de perder o mandato no julgamento do TSE, que deve ocorrer nos próximos dias, o prefeito Gualberto Cupim vislumbra novos horizontes. Cansado da política, o pecuarista pretende voltar às origens. A Rede Record confirmou a presença de Cupim na próxima edição do reality “A Fazenda de Verão“.

Cupim disse ao blog que está preparado para o novo desafio. Além da experiência na agricultura, essencial para realizar as provas do programa, o prefeito disse ter intimidade com a telinha: “Tenho experiência na tv, no horário eleitoral gratuito. Menti muito para ser eleito. É isso que se faz em um reality, não é mesmo?”.

Em conjunto com seu staff de 515 assessores, o prefeito traçou metas para o programa caso conquiste três lideranças consecutivas: valorizar as terras da propriedade, explorar a mão de obra de outros participantes e diminuir as reservas ecológicas. “Tudo pelo progresso!” – frisou Cupim.

A Fazenda merece um participante assim.

A Fazenda merece um participante assim.

O povo errou feio

Diniz Neto escreve em seu blog:

“O mandato do prefeito Roberto Pupin ainda precisa passar pelo TSE.
O fato, que não é nada irrelevante, é que a maioria dos eleitores, no primeiro e no segundo turno, deram a ele o mandato.
Será que a vontade popular é só um detalhe?”

Maringá, Maringá comenta:

Elementar, Diniz Neto. A população votou equivocadamente em alguém que nem poderia se candidatar. Preferiu acreditar na propaganda oficial mentirosa e milionária da turma do azul. Os maringaenses também foram ludibriados pela imprensa provinciana a serviço de Ricardo Barros. A derrota no TSE são favas contadas. Mais dia, menos dia, a sonhada e necessária queda de Roberto Pupin será concretizada.

Dias melhores virão

Até o mundo mineral sabe que o projeto da “Maringá de Toda a Nossa Gente” era o melhor para a cidade. Os menos favorecidos, inclusive a classe média ascendente, continuam sofrendo as agruras de um governo que só é azul para os ricos e aliados.

Continuamos aguardando ansiosamente e esperançosos a decisão do TSE, que pode corrigir o erro de um eleitorado composto por iludidos pela propaganda oficial mentirosa ou cúmplices de esquemas barrentos sórdidos.